2 de dez. de 2013

Praticantes de Parkour arrecadam água para projeto social

A ação, além de ajudar às comunidades do semi-árido baiano, promove reflexões sobre as responsabilidades e o papel que cada um tem sobre os problemas da sociedade

foto: gustavo ivo
No treino geral do último sábado, dia 30 de novembro,  sob forte sol tracers de vários cantos da cidade se reuniram para fazer um treino um pouco diferente: arrecadar galões e garrafas d’água. A ação visa contribuir com a “Operação Gota d’água”, projeto idealizado pelo professor Luís Alberto Ferreira: O projeto Gota D’ Água é um trabalho de cunho social. Não possui afiliação política, nem ideologia religiosa. Não somos uma ONG. Assim,somos pessoa física.  Arrecadamos água mineral, em garrafas, para ajudar nossos conterrâneos do semiárido baiano.

foto: gustavo ivo
O Parkour se baseia nos princípios de altruísmo, ou seja, em desenvolver ações que gerem resultados positivos para outras pessoas. A ação foi uma boa oportunidade de repensar essa ideia e de fazer algo de benéfico para as comunidades que precisam.

Durante a arrecadação também aconteceu uma prenda: quem não trouxe água teve que pagar 100 abdominais remador. A ideia é também mostrar que o “ser forte para ser útil” vai além do preparo físico.


No ano de 2013 a Bahia teve a pior seca dos últimos 80 anos, em setembro 273 municípios estavam em situação de emergência.

Sobre o projeto:

http://operacaogotadagua.wordpress.com/


https://www.facebook.com/OperacaoGotaDagua



por Gustavo Ivo
26 de nov. de 2013

Sentidos - Nova série de vídeos sobre parkour

Saiu o primeiro vídeo da série "Sentidos" - projeto audiovisual que propõe reflexões sobre os significados do parkour com praticantes daqui de salvador. (:

Experiências, ideias, dificuldades...Ah, sem delongas, vai lá ver!



O que você sente?


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- Quer participar do próximo?
Mande um e-mail para "gustavoivo.parkour@gmail.com" com um breve relato sobre você, sua história no parkour e quais os significados que o parkour tem para você.

Assista aqui


" No final de outubro completei sete anos que conheci o Parkour, não acredito que pratico o Parkour a todo esse tempo, pois, como costumo "classificar", tive algumas fases, ou melhor, jeitos de enxergar o Parkour.


Logo de início o Parkour era apenas uma atividade física, mas tudo não passava de uma época, de uma modinha que estava levando várias pessoas para o Parkour e eu era mais um na multidão. Preocupado em fazer "as manobras", tentando aperfeiçoá-las para deixar mais bonitas e assim ganhar views em algum vídeo louco no youtube.


Depois de um tempo fui percebendo que tudo aquilo que eu tava fazendo não tinha muito sentido e o Parkour de verdade tinha algo a mais, algo que me acompanharia por mais tempo. Assisti o documentário projeto pilgrimage e assim comecei a entender um pouco mais o parkour. Já não treinava para parecer bonito ou para me amostrar, mas agora eu tinha um foco no controle do meu corpo. Não me preocupava com adrenalina, ou com coisas aparentemente difíceis , queria apenas ter o controle do meu corpo. Isso guiou meus treinos por muito tempo. Apesar de conhecer as frases "bases" do Parkour: -"ser forte para ser útil" e "ser e durar", não aplicava isso na minha vida e odiava fazer treinos físicos e não os considerava parte do Parkour.


Depois de começar a treinar com o Duddu, o Edi, o Pop e mais alguns comecei a valorizar o "ser forte". De início, talvez, não por entender a fundo a necessidade disso para o Parkour, mas porque era necessário para que eu não fosse humilhado (rsrsrs) o tempo todo sendo chamado de fraco e por não finalizar os desafios idiotas e imbecis propostos pelos mesmos. Depois, passei a ter gosto por condicionamentos físicos, comecei a perceber que eu poderia ser mais útil e ter uma técnica e um controle muito mais desenvolvido se eu os misturasse com a força adquirida nos condicionamentos físicos.


Um treino de condicionamento físico é tão Parkour quanto um treino de técnicas, essa é a conclusão que cheguei após ler o livro de David Belle. Hoje a "fase" que me encontro do Parkour não se resume em ser forte para ser útil, pois acredito muito ainda no "ter controle do corpo e dominar as técnicas", mas se tivesse que expressar a minha ideia de Parkour em uma frase, com certeza seria essa. O Parkour simplesmente envolveu minha vida em todos os aspectos e as filosofias envolvidas têm guiado a forma como penso e como me comporto diante da sociedade. "


Depoimento - Bruno Reis

4 de nov. de 2013

Operação Gota d'água


A Operação Gota D'Água é uma ação solidária que leva garrafas de água a comunidades do semiárido baiano.

A proposta é reunir os praticantes de parkour da cidade para acolher o máximo de garrafas de água possível para ajudar nesse projeto. 

Parkour também é consciência social e cooperação! Ajuda nessa campanha. (:

Local: Parque da Cidade
Quando: 09/11 - no treino de Sábado
Horário: 15:00

ps: esse é só p primeiro, durante os dias seguitnes continuaremos marcando locais para arrecadação

Informações sobre o projeto: 




Contatos: 

Gustavo Ivo - 9275-2977
Bruno Reis - 9203-9155
Anderson Twufi- 9331-4446
Felipe Leal


4 de out. de 2013

Não treinei - 7° Encontro Baiano de Parkour

[Duas semanas depois do encontro, finalmente dou um tempinho para escrever sobre o 7° Encontro Baiano.]


Não treinei

por Gustavo Ivo


Nenhum climb ou precisão. Dias em que a vivência do parkour pulsaram mais do que meu corpo durante um flow. Foi assim que me senti lá na cidade de Itabuna no 7° Encontro Baiano. Esse texto é um pouco do que esse evento significou para mim.

Mas calma, deixa eu contar do início. O EBAPK no início do ano ainda não tinha local definido, e só quando se foi questionado esse problema que algumas propostas surgiram.  Daí foi proposto que a cidade de Itabuna sediasse o evento, e o pessoal de lá se dispôs a isso, uma experiência bem nova pra eles. Foi uma atitude que me deixou bem feliz, especialmente porque já tinha treinado por lá , conheci a galera e eles me acolheram muito bem, fiz boas amizades. Além de que gosto de viajar (: Então criei altas expectativas, queria muito revê-los e treinar muito.

Mas por que não treinei? No início de setembro tive um torção no tornozelo direito e um estiramento muscular no ombro, ou seja: sem treino por um bom tempinho...A vontade de participar do encontro, entretanto, não caiu. Queria muito presenciar um evento organizado por amigos em que eu vi, mesmo de longe e um pouco, o quanto se esforçaram para torná-lo possível e especial.

buzu
E valeu muito a pena. Sair 5 da manhã de casa e passar umas 10h viajando com amigos(brunin, felipinho e gabriel) no meio a conversas e risos, já é uma experiência foda. Chegamos lá umas 16h e ficamos na rodoviária até umas 21 para que todos que vieram de fora pudessem ir juntos pro alojamento. Foi um dia só de viagem que , apesar de cansativo, deu p aproveitar a viagem.

Logo ao chegarmos,  já vi todos se arrumarem para treinar e explorar  lá mesmo, no colégio. Daí já senti aquela vontade de treinar, pico novo, galera nova, todos treinando noite a fora..São nesses momentos, de ansiedade que se juntam ao clima de encontro, que é difícil segurar a onda. A vontade de se movimentar e o corpo ansioso pediam, mas a consciência da recuperação tem que falar mais alto. E isso foi o que me permitiu curtir o encontro de outra forma, ajudar e participar das maneiras que fossem possíveis.

Ainda durante a noite a a gente teve um bate-papo bem descontraído, cada um se apresentou, falou um pouco sobre o parkour em sua cidade e sua visão sobre a prática. Daí deu p notar a variedade de cidades da região e de iniciantes, Itabuna, Itacaré, Vitória da conquista, Amargosa, Camaçari, Lauro de freitas, Salvador...Para muitos, aquele era o primeiro encontro de parkour, o que espero que tenha sido tão proveitoso para eles quanto pra mim. Não é todo dia que a gente tem a oportunidade de conversar e treinar juntos.

almoço - quentinhas de graça :P

Detalhe é que considerei esse um encontro bem baiano mesmo. rs Ninguém de outros estados pôde estar presente. Outro fato interessante é como ficou “equilibrado”; como estava acostumado a muita gente de salvador e região nos encontros, muita gente nova causou um estranhamento para mim inicial, mas logo conheci mais pessoas (:

Primeiro dia de evento já começou com uma oficina diferente. Tivemos uma oficina de alongamento  e desbloqueio de articulações com a Kwok Family, grupo que também demonstrou técnicas de Wing shu e sobre sua filosofia.  É uma atividade que se identifica muito com o parkour, as técnicas são diretas, objetivas e eficientes . Também se demonstrou como não há uma “sequência” de defesa -> ataque, tudo ocorre ao mesmo tempo. Pra quem não gosta de alongamento, deu p dar uma puxada, mas essa parte filosófica foi a mais interessante.

Resumindo rápido: O treino livre ocorreu pela tarde. Depois de 1 hora de caminhada chegamos fizemos uma jornada pelos principais picos da cidade, sendo o treino principal pela noite. Mais tarde rolou uma reunião e, no domingo, o tal do paintball.



O paintball rolou no domingo, no Itabuna Esporte Clube. Pra quem queria ter uma experiencia mais "real" de tentar utilizar o parkour, estratégias e entrar numa situação de sobrevivência, deve ter sido muito bom. Foi uma pena que alguns imprevistos ocorreram e não foi possível treinar no próprio clube, o que ficou chato pra quem queria treinar.
galerinha indo pro clube (:

Coisas legais, e outras nem tanto, que aconteceram comigo

Durante a ida pro pico, como não podia andar muito rápido, acabei ficando mais atrás. Carlos danilo,  lá de amargosa, que me acompanhou durante essa parte do trajeto. Uma velhinha numa janela tinha visto tantos jovens andando pelas ruas e ficou curiosa, e acabou perguntando a nós ~~os retardatários ~~ “o que era” aquilo que esses jovens iam fazer. Foi incrível como ela foi respeitosa e tão animada sobre a atividade, deu um discurso sobre como os jovens deviam ser ativos de um jeito bem amoroso e alegre. Foi uma lição mesmo, de uma pessoa que já tinha passado por tanta vida, de como devemos ter energia positiva =´) hahah

Mais tarde presenciei outra coisa não tão legal. Era domingo, no centro, tudo fechado, mas houve uma discussão pouco saudável entre a dona de uma das lojas e alguns praticantes que praticavam na rua em frente. Não quero entrar em detalhes, mas foi um momento tenso que serviu pra um aprendizado sobre responsabilidade e comportamento na rua.


Duas experiências que não são novidadees, mas como foram bem diferentes uma da outra, o que me fez refletir sobre o “comportamento de um tracer” – aquele texto rs – e a visão da sociedade sobre o que fazemos. Falamos tanto sobre liberdade, mas não sabemos lidar com ela. Confudimos ser livre com ser inconsequente. Mais do que nos preocupar sobre a “imagem do parkour” temos que entender que somos “livres para escolher, mas eternos escravos de das consequências”, reconhecer quando fazemos merda, levantar quando somos julgados injustamente também. Ser forte pra ser útil, e ser justo consigo mesmo e com outros.

A reunião

Considerei a reunião um dos momentos mais legais, foi discutido abertamente sobre a organização do encontro baiano, como seria a escolha das cidades, os problemas e muito mais. Pra quem quer saber o que rolou, tem um resumo aqui

Essas trocas de ideias ocorreram em vários momentos, foi muito bom ver que tem várias pessoas que se importam com o desenvolvimento do parkour, em guiar treinos, em fazer eventos..Isso que foi foda! *-*Deu pra conversar sobre os outros encontros anteriores e deu uma empurrada geral para várias iniciativas do parkour baiano. Agora precisamos é continuar essas iniciativas!

Não fiz uma precisão, mas o parkour bate vivo!


Espero que daqui pra frente o parkour baiano se fortaleça, com mais participação das pessoas, e que venham mais encontros!  

Seus lindxs  <3

- Agradecimento especial ao pessoal de itabuna: yank, nathan, igor e outros que ajudaram no evento. =D


- Logo mais vai sair o vídeo do encontro. Aguardem! 
23 de set. de 2013

Reunião do 7° EBAPK

[IMPORTANTE]

Resumo da reunião do 7° Encontro Baiano de Parkour[EBAPK] 

por Gustavo Ivo



Tema: Organização e estrutura do EBAPK

  • A cidade em que é realizado o encontro é o espaço de decisão da cidade que realizará o evento do ano seguinte.  A decisão será com base no consenso entre os praticantes presentes que moram/vivem na Bahia. 
  •  O EBAPK de 2014 será realizado na  cidade de Salvador/BA
Sugestões e Observações:
  •    Problemas, dúvidas e críticas serão discutidas através do máximo de ferramentas de comunicações acessíveis e possíveis, como: redes sociais, fóruns online, reuniões online – via hangout/skype - ou até presenciais. Todas serão abertas a qualquer um que queira participar e serão divulgadas previamente.
  •       Utilização da página do facebook “Encontro Baiano de Parkour” como fonte de informações sobre reuniões, inscrição e outros dados do encontro. A página será gerenciada por voluntários envolvidos diretamente com a realização do encontro.
Sobre as cidades interessadas em realizar o evento:
  •       As cidade que têm interesse em sediar o encontro devem disponibilizar informações sobre as características do parkour em sua cidade em plataforma online e acessível. O objetivo é gerar uma conversa e críticas positivas para a cidade, prevenir dificuldades, incentivar sugestões e trocas de ideias. Além de tornar o encontro presencial mais produtivo e com uma gama de informações para uma decisão consciente.
  •       Criação de Grupo de Trabalho[GT] para desenvolvimento de atividades básicas: criação de plataforma para: recebimento,  arquivamento e disponibilização das informações das cidades que se interessam em realizar o evento. O grupo é aberto a qualquer praticante que queira contribuir.


Comentários e Justificativa:
  •   Por que essa reunião?
Essa iniciativa veio da ideia de tornar o processo de decisão da cidade realizadora do encontro o mais “baiana” possível, ou seja: uma decisão em que todos os praticantes interessados da possam dar sua opinião, debater e chegar a um acordo em comum.

Sabe-se que os encontros baianos anteriores, assim como o último em Itabuna, surgiram a partir do interesses de alguns grupos e de uma forma em que nem todos pudessem emitir sua posição. E isso tem suas causas: a falta de comunicação entre as cidades, o próprio desenvolvimento ainda em formação de algumas cidades e aquele “clima” de que alguém tem que tomar uma decisão, e outras situações. Cabe ressaltar a própria falta de interesse dos praticantes. Enfim, justamente porque a Bahia ainda está em processo de construção de um espírito de união e organização  e, nisso, é comum que aquelas características citadas ocorram. Além da “sobrecarga” sobre alguns indivíduos interessados em fazer o evento.

Por isso, essa iniciativa é dar o próximo passo. Tornar os praticantes responsáveis por suas escolhas e ações diretamente e, a partir disso, lidar com as consequências – que podem ser positivas: fortalecimento da comunidade; ou não. E esse será nosso retrato. Tudo isso depende da gente: eu, você e todo mundo.

  • O que é o consenso? Por quê?


“O consenso leva em conta preocupações de todos e visa a resolvê-los/aclará-los antes que a decisão seja tomada. O mais importante, neste processo é incentivar um ambiente em que todos são respeitados e todas as contribuições são avaliadas[...]O objetivo do consenso não é a seleção de diversas opções, mas o desenvolvimento de uma decisão que seja a melhor para o grupo como um todo. É em síntese evolução, não competição nem atrito.”

Não é, portanto, uma votação ou eleição. A partir da pluralidade de ideias, é uma forma de tornar a decisão um processo de todos para todos, em que incentiva-se o debate e uma escolha consciente. Também é um modo que se identifica com o parkour, no sentido de que não há competição entre as opções. 

  • Por que Salvador?

Ao chegar ao consenso de que a escolha dos próximos encontros seria feito dessa forma, havia um problema: deveríamos fazer essa escolha agora? 

Fazer esse processo de escolha naquele momento era imprudente porque os praticantes não estavam preparados para propor sua cidade: não havia sido avisado antes, não houve tempo hábil para eles avaliarem essa possibilidade. Daí houve o consenso de que Salvador abarcaria a realização do evento para que, assim, todos participassem do próximo já com todo esse processo feito: avaliação da possibilidade, divulgação das propostas, discussão sobre a estrutura de um evento e outros questionamentos. Ou seja, para dar tempo e facilitar para que outras cidades planejem essa proposta e fazer com que a escolha seja o mais consciente possível.
13 de set. de 2013

7 dias para o 7° Encontro Baiano de Parkour

7 dias para o 7° Encontro Baiano de Parkour!

Já fez sua inscrição? Se não, corre lá: http://7ebapk.webs.com/inscri-o

É um encontro para todos, seja um interessado, iniciante ou veterano. O encontro será na cidade de Itabuna. Para que mais praticantes possam ir, os organizadores já se preocuparam em garantir alojamento e transporte durante o encontro.

Além disso, vai rolar uma atividade diferente no domingo: a Arena Paintball - um espaço para agregar uma experiência diferente e prática em que é preciso de atenção, estratégia e agilidade!

Curioso sobre a combinação paintball e parkour? Olha esse vídeo: www.youtube.com/watch?v=IbuLsrlbToE

Mais informações:

https://www.facebook.com/7ebapk
http://7ebapk.webs.com/


- Para aqueles que moram em Salvador e se interessam em ir, a viagem por ônibus convencional é cerca de R$120,00 direto ou R$100,00 se a pessoa for pela Ilha de Itaparica.
10 de set. de 2013

O Tao do Parkour

15/06/2013 - texto por Dan Edwards - post original: aqui




Em várias atividades, artes, esportes e disciplinas diferentes se discutiu a respeito do método Jeet Kune Do(JKD) de Bruce Lee. Frequentemente o JKD é aplicado erroneamente, mas claro, justificado com floreios e presunções pessoais, algumas pessoas tentam explicar algum tipo de método de treino ou de desenvolvimento que não tem estrutura nem base científica com o nome JKD. Nada poderia estar mais longe do que Bruce lee buscava com suas ideias que, de fato, são seu próprio caminho em busca da liberdade pessoal.

Entretanto uma analogia significativa e forte pode ser feita entre as ideias de Lee e nossa própria disciplina, o parkour[1]. Na verdade, parkour é um exemplo perfeito do JKD na prática. Para explicar melhor é necessário definir primeiro o que Lee queria dizer com o termo Jeet Kune Do e de como  ele o aplicava ao seu próprio treino

Jeet Kune Do, apesar de existirem muitas escolas e associações que ensinam ao contrário, não é um estilo. Não é um sistema, nem uma compilação de técnicas, nem um amálgama de movimentos eficientes de diversas artes marciais. Não é boxe misturado com Wing Chun misturado com Muai Thai. E certamente não é a simples imitação dos movimentos do próprio Lee.

 
Jeet Kune Do é simplesmente a ideia de funcionalidade. É jogar fora qualquer coisa que não sirva para o objetivo de determinada pessoa; no caso de Lee, era se tornar o melhor e mais completo lutador  que ele poderia ser. Lee aplicou essa ideia sem pena em seu próprio treino e recomendou que os outros fizessem o mesmo, para que o treino seja apenas aquilo que realmente funciona, apenas o que é diretamente útil e funcional para alcançar determinado objetivo.  


O paradoxo da Liberdade
Isso significa, quase paradoxalmente, que o JKD é ao mesmo tempo extremamente libertador e rígido em sua abordagem. É libertador porque tem apenas uma regra – se funciona, use – e é rígido pelo fato de excluir qualquer coisa que não esteja de acordo com um único objetivo: de chegar a um resultado real e efetivo. Qualquer coisa para se amostrar, qualquer coisa “florida” ou que apenas serve para parecer legal e aumentar o ego do praticante – é instantaneamente descartado. Jeet Kune Do é realmente um método impiedoso e direto – o que o torna, é claro, tão eficiente. Sua base pode ser encontrada nos quatro fundamentos de Lee, os quais são:
  •      Absorva o que é útil
  •      Rejeite o que é inútil
  •      Estude a partir de suas próprias experiências
  •      Acrescente o que for especificamente seu


Parkour é basicamente a mesma coisa. Não é uma coleção de técnicas ou movimentos, nem um sistema restrito ou uma tradição padronizada ou uma metodologia de treino dogmática, nem é baseado em regras que não seja essa: se funciona, use.
Parkour, como o JKD, é a idea de que o praticante faz seu próprio treino. Não é nem tanto uma forma de pensar, é mais um jeito de aprender em como pensar em seu próprio movimento, aprender em como treinar para atingir determinados objetivos: uma filosofia direta de enfrentamento com a verdade, olhar para si e para as próprias habilidades e analisá-las: pensar como e o que você tem que fazer para chegar onde você quer.
Novamente isso significa uma forma de liberdade que não é simplesmente fazer o que quiser. Isso não era o que Lee queria ao desenvolver o JKD, muito pelo contrário. Para ele, a realidade do combate guiava seu treino – então ele se colocava para enfrentar aquela realidade diretamente na cara e perceber exatamente o que ele devia fazer para se aperfeiçoar, gostasse ou não, quisesse ou não. Isso significava treino pesado, constante estudo, intensa auto-análise e senso crítico. Era preciso enorme disciplina e atenção, uma suprema força de vontade e clareza. Lee percebeu que sua libertação seria um resultado de muito trabalho duro.
Na verdade,  aplicar os fundamentos do princípio do JKD – ou parkour – é muito mais difícil que aperfeiçoar qualquer conjunto de movimentos ou técnicas, ou permanecer em algumas regras pré-estabelecidas. É mais difícil justamente porque coloca a responsabilidade do crescimento pessoal completamente nos ombros do praticante. E é isso que também torna os princípios tão fortalecedores.
Espírito de Luta
No parkour, assim como no JKD, não há nada ou ninguém para colocar a culpa por ter errado, por não conseguir solucionar os próprios problemas. Com muito comprometimento, esforço e perseverança sempre é possível encontrar um caminho. Se tivéssemos que identificar o valor mais crucial no treino de parkour poderíamos sem hesitar ver a força interna, aquela vontade de recusar a desistir ou de ser derrotado, como uma forte candidata.
Com isso em mente, a ideia do JKD torna sua aplicação praticamente sem limites e ,quase que inevitavelmente, uma ferramenta que leva ao sucesso. Com o tempo a combinação de um bom estudo, prática e reavaliação levará você para as respostas que procura em qualquer das áreas que escolheu. Agora, é claro, esse processo de estudo e prática pode ser mais ou menos eficiente a depender de alguns fatores, incluindo acesso a boas informações (através do ensino, orientação, conhecimento, experiência dos outros, etc), julgamento sensato de informações e rigorosa auto-disciplina; mas o componente vital é a decisão de levar adiante, de ver até o fim – o comprometimento de fazer o que for necessário para perceber o próprio potencial. Lee priorizava isso acima de tudo, dizendo:
“Persista, persista e persista. A força pode ser criada e preservada através da prática diária – um esforço contínuo.”  
Esse espírito de luta, indomável, essa força de vontade infinita, é a essência do parkour e Jeet Kune Do. Cative isso e poderá alcançar qualquer coisa, é a única liberdade que realmente importa – a capacidade de criar a si mesmo.
“O vazio é o que está no meio das coisas. O vazio inclui tudo; não havendo oponente, não exclui nem se opõe a nada. É um vazio vivo, pois todas as formas emanam dele, e quem entender o vazio, será preenchido por vida, força e amor de todas as coisas.” Bruce lee, 1940-1973

[1] Como sempre eu uso as palavras, parkour, freerunnind and art du deplacement como termos intrísecos que descrevem a mesma atividade. Para facilitar eu usarei o termo parkour nesse artigo.
Tradução por Gustavo Ivo
2 de set. de 2013

Treinos de Setembro



Treinos do mês de Setembro!

O calendário de treinos sempre é definido no último sábado do mês. 

Compartilhem para que mais pessoas se informem e apareçam nos treinos. 

- Link do mapa dos picos: http://bit.ly/16YRaSU

- 7° ebapk : http://7ebapk.webs.com/
-Link para o grupohttps://www.facebook.com/groups/parkoursalvador/

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